ABSTRACT
A dificuldade diagnostica e a gravidade da tuberculose em pacientes com AIDS podem levar ao inicio empirico de tuberculostaticos, sendo que o impacto desta m edida na mortalidade nao e bem conhecido. Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o percentual de pacientes com AIDS hospitalizados recebendo tratamento empirico para tuberculose, a propedeutica utilizada nestes casos e a mortalidade apos seis meses. Quarenta pacientes foram incluidos no estudo, sendo que 33 (82,5 porcento) iniciaram o tratamento para tuberculose empiricamente. Nestes pacientes com tratamento empirico, houve confirmacao posterior do diagnostico em 16 pacientes, mas 17 permaneceram sem confirmacao apesar da propedeutica realizada. Nos sete pacientes pacientes com diagnostico de tuberculose definido antes do tratamento, houve predominio da forma pulmonar (71 porcento) sendo o diagnostico feito principalmente por baciloscopia de escarro (57 porcento). Nos pacientes com tratamento empirico e confirmacao posterior houve predominancia de forma disseminada (88 porcento) com diagnostico realizada por biopsia e cultura de linfonodos (56 porcento). No grupo sem confirmacao posterior, a forma clinica mais comum foi a pulmonar negativa (47 porcento), havendo mudança diagnostica em quatro destes pacientes (24 porcento). Apois seis meses, nao houve morte nos pacientes com diagnotico de tuberculose ao tratamento e no grupo de pacientes com tratamento empirico a mortalidade foi de quatro dos pacientes seguidos (p=1). Em suma, o alto percentual de tratamento empirico para tuberculose nesta instituicao parece nao influenciar a mortalidade em seis meses, mas a amostra pequena do estudo requer confirmacao posterior com estudos maiores